Com um forte temor da repercussão política, aliados do senador Aécio neves (PSDB-MG) articulam uma saída para livrar o tucano e evitar o desgaste junto à opinião pública. 

Por essa estratégia, Aécio pode escapar por uma preliminar que deve ser apresentada na sessão de terça-feira: a de que um parlamentar só poderia ser afastado pelo plenário do Supremo Tribunal Federal, e não por uma turma do STF, como foi o caso. 

Neste momento, a articulação é para que essa tese consiga ser majoritária no plenário. A solução está sendo proposta porque o grupo de Aécio está preocupado com o placar. A avaliação é que hoje ele escaparia por um resultado muito apertado. 

“A situação de Aécio mudou. No primeiro momento, houve uma solidariedade em todos os partidos. Agora, senadores sentiram o peso do desgaste”, observou ao Blog um aliado de Aécio.
 
A percepção é que a votação deixou de ser “favas contadas”. Apesar de dividido, o PT deve decidir em reunião da bancada marcada para terça-feira pela aplicação do afastamento do mandato e do recolhimento noturno de Aécio decidido pela primeira turma do STF. Isso porque os petistas estão sendo cobrados pela militância do partido. Já o PMDB está dividido. 

A percepção entre os aliados de Aécio é que é melhor tentar uma solução alternativa do que correr risco em uma votação aberta que está sendo acompanhada em tempo real pela opinião pública.
Fonte: Agora RN

Meirelles diz que aprovar reforma da Previdência neste ano 'é questão de bom senso'

'Se não for aprovada agora, ela terá que ser discutida e aprovada no próximo governo. Então isso será ruim para quem assumir", afirmou ministro.


O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta quinta-feira (12) que acredita que "há uma chance muito boa" de o Brasil aprovar uma proposta de reforma da Previdência até o final do ano e alertou que o adiamento da votação pode ser prejudicial para o próximo governo que for eleito em 2018.
"É uma questão de bom senso para o país aprovar agora a reforma da Previdência", disse Meirelles a jornalistas em Washington, nos Estados Unidos. "A reforma da Previdência é interesse ou deveria ser o interesse das diversas facções políticas. Porque, inclusive, se não for aprovada agora, ela terá que ser discutida e aprovada no próximo governo. Então isso será ruim para quem assumir, porque o primeiro desafio será exatamente enfrentar a reforma da Previdência", continuou.
Meirelles, que participou de uma sessão de perguntas e respostas durante encontro do Instituto para Finanças Internacionais em Washington, disse que seria mais simples e "mais conveniente" aprovar a reforma neste ano, uma vez que o país terá eleições presidenciais em 2018, informa a Reuters.
Ainda segundo o ministro, uma aprovação da reforma ainda em 2017 ajudaria a aumentar "o nível de confiança, a força e a estabilidade dos índices econômicos e o volume de investimento".
Na véspera, Meirelles já havia reafirmado a expectativa de aprovação da reforma no Congresso ainda neste ano. O ministro, entretanto, admitiu que o texto que está em tramitação no Congresso poderá sofrer novas alterações e reduzir o impacto da reforma no ajuste nas contas públicas.

Teto de gastos

O ministro lembrou ainda que aprovação da reforma da Previdência é fundamental para cumprir a que a regra do teto de gastos e evitar medidas previstas na lei como congelamento de salários e contratações e corte de subsídios.
“Se não houver aprovação das medidas necessárias e se em algum momento o orçamento e as despesas públicas violarem as regras do teto, os mecanismos são autocorretivos”, destacou. “A estrutura constitucional construída em torno do teto de gastos é muito mais forte do que muitos imaginam, acho que tudo isso favorece a aprovação de normas que viabilize o teto ser aplicado".
A regra do teto, que começou a valer em 2017, limita o crescimento dos gastos públicos, em um ano, à taxa de inflação registrada no ano anterior. Em 2018, por exemplo, os gastos poderão aumentar somente 3% em relação a este ano.

Meirelles fala em PIB de 4% em 3 ou 4 anos

Com relação à recuperação da economia brasileira, Meirelles destacou que o governo continua trabalhando com um cenário de crescimento de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018, mas que já há diversos analistas prevendo alta até acima de 3%.
"É um cenário otimista, mas possível", destacou. "Nossa expectativa de crescimento está todo dia sendo revisada para cima pelos analistas", acrescentou.
Ele disse ainda ver um PIB potencial de 4% para o Brasil "em 3, 4 anos", mas que isso depende da aprovação das eformas da Previdência e tributária e também de reformas microeconômicas como a da nova taxa de juros do BNDES.
A previsão do mercado financeiro, segundo a última pesquisa Focus, do Banco Central, é que o PIB cresça 0,7% em 2017 e 2,43% no ano seguinte.
Meirelles está em Washington, onde participa da reunião anual do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial.